sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Boletim Operário 325

Boletim Operário 325

Maria Lacerda de Moura


Maria Lacerda de Moura (Manhuaçu, 16 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1945) foi uma anarquista brasileira que se notabilizou por seus escritos feministas.
Formou-se na Escola Normal de Barbacena e trabalhou como educadora, adotando a pedagogia de Francisco Ferrer e lecionando em Escolas Modernas. Em 1920, no Rio de Janeiro, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que combateria a favor do sufrágio feminino. Após mudar-se para São Paulo em 1921, se tornou ativa colaboradora da imprensa operária, publicando em jornais como A Plebe e O Combate. Em 1923, desagradou outros anarquistas por se referir positivamente às reformas educacionais promovidas pelos bolcheviques na URSS, mesmo após a perseguição política que os anarquistas russos sofreram durante e após a Revolução Russa de 1917 ter se tornado pública. Entretanto, também recusou convites para ingressar no recém-formado Partido Comunista do Brasil. Entre 1928 e 1937, viveu numa comunidade agrícola autogestionária em Guararema, formada principalmente por anarquistas e desertores espanhóis, franceses e italianos da Primeira Guerra Mundial, "livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais". A repressão política durante o governo de Getúlio Vargas forçou a comunidade a se desfazer, levando-a a fugir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Mayrink Veiga lendo horóscopos. Fez parte da maçonaria e da Rosa Cruz, mas se distanciou desta publicamente, após saber que sua sede em Berlim havia sido cedida aos nazistas, e desautorizou seu filho adotivo a reconhecê-la, após este ter se associado aos integralistas. Sua última conferência (O Silêncio) foi realizada no Centro Rosa Cruz, ao qual voltou a se ligar ao final de sua vida. Além de pacifista, foi também vegetariana e antivivisseccionista.

Colônia Cecília

FUNDAÇÃO DA COLÔNIA CECÍLIA
Em 20 de fevereiro de 1890 em Génova (Itália), por iniciativa de Giovanni Rossi, um pequeno grupo de anarquistas italianos veio no navio Città di Roma para Brasil. No grupo estavam os anarquistas italianos: Evangelista Benedetti, Lorenzo Arrighini, Giacomo Zanetti, Cattini e Achille Dondelli com o fim de fundar uma colónia experimental libertária que tomará o nome de 'A Cecília'.
Chegaram ao Rio de Janeiro em 18 de março de 1890 e após ficarem uma semana na hospedaria da Ilha das Flores. O grupo tirou passagem para Porto Alegre no Rio Grande do Sul, mas o mal-estar da longa viagem, que afetou dois membros do grupo, fez com que eles desembarcassem em Paranaguá. Resolveram ficar, entraram em contato com a Inspetoria de Terras e Colonização e compraram alguns alqueires perto do município de Palmeira, por meio de um parcelamento.
Após nova viagem de comboio e diligência, chegaram a 03 de abril ao lugar,  na floresta de Santa Bárbara, a 18 km ao sul da pequena Vila de Palmeira (Paraná, Brasil), onde estabeleceram a comunidade anarquista.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE FUNDOS E APOIO


CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE FUNDOS E APOIO

No Rio de Janeiro as lutas das Jornadas de Junho de 2013 ainda não terminaram. O ano de 2014 foi marcado por uma perseguição política comparável as perseguições vistas no período do regime militar iniciada em 1964.

Foram centenas de detenções arbitrárias nas ruas durante manifestações, o episódio do dia 15 de outubro de 2013 é um dos mais icônicos. Mais de uma centena de pessoas presas por estarem sentadas na escadaria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro depois do término de uma manifestação dos professores da rede pública, era o dia dos professores.

Em junho de 2014, um ano após as históricas manifestações por todo o país, se iniciou uma perseguição absurda. Escutas telefônicas em dezenas de pessoas, centenas investigadas e monitoradas, quebras de sigilos bancários, coação para obtenção de depoimentos, busca e apreensão de equipamentos eletrônicos e, um dia antes da final da Copa da Fifa, a prisão de quase 30 ativistas em suas casas, pela manhã.

Essas prisões, realizadas no dia 12 de julho de 2014, foram o início do que seria um processo monstruoso e com um conteúdo digno de piadas, se não fosse tão sério. O Ministério Público do Rio de Janeiro indiciou 23 pessoas por formação de quadrilha armada, algumas delas sequer se conheciam e outras nem estiveram nas manifestações iniciadas no ano anterior. O processo resultante dessa perseguição deixa claro que o caráter não é criminal, mas sim um processo de perseguição política.

Os 23 são perseguidos por suas ideias, opiniões e desejos para o futuro do país e do mundo. O nível de absurdo do processo é tão grande que ele ficou famoso por ter entre os suspeitos o filósofo russo Mikhail Bakunin, falecido em 1876. Entre escutas telefônicas de dezenas de pessoas, fofocas entre desafetos amorosos e detalhes da vida pessoal dos 23 indiciados o processo já soma mais de 7 mil paginas. Além de tudo, um enorme gasto de dinheiro público meramente para perseguição política afim de calar toda forma de protesto. Com tamanha perseguição e criminalização desses ativistas nasceu a Comissão de Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos do Rio de Janeiro.

A perseguição sofrida pelos 23 ameaça não somente eles, mas se estende a toda a sociedade civil. O processo lista mais de 70 organizações sociais, mídias alternativas, páginas de facebook de comédia política e até páginas de bairros inteiros como potenciais suspeitos que devem ser monitorados. A luta pelos 23 perseguidos se estende em uma luta pelos direitos de todos os cidadãos, assim como a luta dos 23 sempre foi e sempre será.

Mesmo com os 23 sendo assistidos por advogados voluntários todo o processo gera uma série de custos materiais. A própria cópia e digitalização de todo o processo, que já conta com mais de 7 mil páginas; as cópias dos DVDs com escutas telefônicas, que já somam 11 mídias; os próprios custos de deslocamento dos advogados ativistas; uma das audiências será realizada em Florianópolis tendo uma outra audiência no dia seguinte no Rio de Janeiro. Tudo isso tem demandado muitos custos materiais imediatos, e as famílias não tem meios de arcar com esses custos. Além disso existem todos os custos inerentes a própria Comissão de Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos. Onde a Comissão é chamada para debater sobre as perseguições, nós iremos. Fazemos material de divulgação de todos os casos de abuso nos processos, faixas, ajudamos as famílias que se encontram com maiores necessidades quando é possível.

Para arcar com tantos custos nós contamos com vendas de brechó, mel e doações. Contamos com a ajuda de todo aquele que acredita no direito do povo lutar por seus direitos, todo aquele que acredita que há necessidades de mudanças na nossa sociedade. Mais que isso, a defesa dos 23 significa não permitir que parte do judiciário do Rio de Janeiro siga rasgando suas próprias normas. Significa o apoio à liberdade de expressão, à liberdade de manifestação, à liberdade de imprensa, à liberdade de associação. Para defender os direitos dos nossos filhos, filhas e familiares; para defender o direito de ter direitos, nós pedimos a ajuda e colaboração de todos.

Somente os custos processuais de cópias e digitalizações já somam mais de R$ 13.000,00 e esse valor não para de crescer. Até o final do processo esse valor estará muito maior, toda ajuda será bem-vinda.

Link da Vakinha: http://www10.vakinha.com.br/VaquinhaE.aspx?e=337507

Conta Poupança - Bradesco
Agência: 3176
Conta: 1007547-5

Agenda de Audiências: https://www.facebook.com/events/409041849258401/

Comissão dos Pais e Familiares dos Presos e Perseguidos Políticos - RJ Políticos - RJ

#EuApoioOs23 #NósApoiamosOs23
Liberdade Anárquica.